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O papel da liderança e do Programa de Compliance como fator de transformação

Publicado em 28.abr.2023
O papel da liderança e do Programa de Compliance como fator de transformação

“O exemplo vem de cima”, quantas vezes você já escutou essa frase?

Seja na relação entre pais e filhos ou entre líderes e liderados, não há máxima mais verdadeira quando se trata de incitar no outro a vontade de fazer o certo.

O papel da liderança é fundamental para criar a cultura da integridade dentro da empresa e fazer com que os objetivos empresariais sejam observados pelos colaboradores no dia a dia da sua atividade, de modo a maximizar resultados e prevenir riscos.

Liderar não se trata de impor ao outro a maneira correta de agir, mas de despertar nele a vontade genuína de fazer o que é certo.

O grande desafio, porém, é como fazer isso.

O programa de Compliance é um importante aliado da Alta Administração e da liderança quando se trata de prevenir riscos e promover a transformação da cultura interna da empresa.

Ele não se limita a um mecanismo para detectar, prevenir e responder aos riscos. É uma poderosa ferramenta capaz de criar condições para que o negócio tenha perenidade, esteja preparado para o enfrentamento de crises e evolua continuamente, fazendo com que as pessoas envolvidas também evoluam.

Ser Compliant significa agir de acordo com valores do mais alto padrão ético, de forma consciente e voluntária. Não porque o descumprimento da norma implicará em uma punição, mas porque há um compromisso sincero com a ética e a integridade, intrínseco na maneira de pensar e de agir.

Para atingir este nível de consciência, é preciso percorrer um caminho. Um bom ponto de partida é a definição do propósito da sua empresa, isto é, sua razão de existir, a qual damos o nome de “missão”.

Uma vez definida a missão, é preciso saber onde você quer chegar enquanto empresa, ou seja, qual é o seu objetivo a longo prazo, o qual chamamos de “Visão”.

Ora, já dizia o ditado, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Como sua empresa se vê daqui 5 ou 10 anos? O que ela pretende alcançar? Definir a “Visão” empresarial auxilia a organização a planejar as ações necessárias para atingir seus objetivos, pois quando há uma meta a ser alcançada, a motivação é naturalmente muito maior.

Agora que você já sabe sua missão no mundo e onde pretende chegar, é hora de definir quais são os valores fundamentais, irrenunciáveis, que irão te guiar até os seus objetivos.

Valores e princípios são nossos alicerces de conduta, aqueles aos quais recorremos diante dos dilemas éticos e que nos auxiliam na tomada de decisão consciente.

Estes três pilares fundamentais (Missão, Visão e Valores) auxiliam a liderança a comunicar aos colaboradores e demais partes interessadas (parceiros de negócios, clientes, poder público, investidores e sociedade), como a empresa se posiciona no mercado e pretende alcançar seus objetivos.

Um bom mapeamento de riscos, que seja capaz de identificar as vulnerabilidades mais críticas que podem importar em prejuízos de ordem financeira e reputacional, é o segundo passo de um Programa de Compliance consistente e efetivo.

Somente após este estudo dos riscos é possível ter as ferramentas necessárias para a elaboração de um código de conduta, políticas e procedimentos operacionais padrão, os quais trarão maior clareza quanto às expectativas dos líderes em relação aos liderados e segurança para que todos exerçam suas funções com mais eficiência e qualidade.

A realização de treinamentos periódicos permitirá a todos conhecerem bem as “regras do jogo” e terem confiança para melhor desempenharem suas atividades. Afinal, se a empresa não define como tudo deve ser feito, cada um o fará da maneira que lhe convém, o que é a receita certa para o fracasso.

A comunicação efetiva e respeitosa, com o desenvolvimento de um ambiente em que haja liberdade para dar e receber feedbacks e a opinião de todos seja valorizada, cria um sentimento de pertencimento entre os colaboradores, o que resulta em maior engajamento e produtividade para a empresa.

É importante também que a companhia tenha mecanismos para promover o monitoramento contínuo, a fim de medir se os controles criados são efetivos e se, de fato, são capazes de prevenir e mitigar os riscos do negócio, pois isso permitirá o aperfeiçoamento contínuo do Programa de Compliance e o desenvolvimento da sua empresa como um todo!

A existência de planos de carreira com base em meritocracia serve de estímulo para que haja maior engajamento dos colaboradores, pois não há nada mais gratificante do que ser reconhecido pelo seu esforço!

Além disso, é importante criar controles para que as desconformidades e desvios de conduta sejam identificados, devidamente apurados e punidos, o que, sob a ótica das ferramentas de compliance, é feito através dos pilares de Investigações Internas, Canal de Denúncias, Controles Internos e Monitoramento.

Trazer a área de Compliance para a rotina da empresa, reuniões, treinamentos e eventos, bem como permitir sua participação na tomada de decisão, contribui ainda mais para a disseminação da cultura da integridade, além de demonstrar que o tema está na pauta do dia da empresa e da liderança, a quem cabe dar o tom de comando sobre o que é admitido e o que não será admitido em termos de conduta.

Por fim, melhor do que palavras, é o exemplo pelo comportamento do líder verdadeiramente comprometido com os valores éticos e políticas internas da empresa.

Deve haver um alinhamento entre o pensar, o falar e o agir, pois é exatamente este o papel da liderança: Liderar pelo exemplo e disseminar a cultura da ética e da integridade de forma paulatina e genuína.

Com efeito, de nada adianta falar uma coisa se você faz exatamente o contrário! Estamos falando do Tone at the top ou Apoio da Alta Administração, o primeiro pilar do Programa de Integridade, sem o qual não é possível sequer começar a promover a transformação que estar in compliant pode proporcionar!

Todas estas ferramentas mencionadas compõem um Programa de Compliance efetivo, cuja transformação vai muito além do simples conhecimento do negócio e da criação de mecanismos para a identificação, prevenção e remediação dos riscos.

Trata-se de uma mudança cultural, capaz de trazer benefícios não só para a empresa em termos de lucro, qualidade e produtividade, como também para a sociedade e futuras gerações, por meio da prevenção de fraudes, corrupção e da disseminação da cultura da integridade e da ética como fator crucial para a realização de negócios.

A sua empresa, está preparada para esta transformação?

Contate um especialista agora mesmo para entender um pouco mais das ferramentas do programa e de que forma elas podem auxiliar o seu negócio a se desenvolver, gerar valor para as diversas partes interessadas e ser um diferencial no seu posicionamento de mercado.

 

Sobre a autora

Laís Debowski

Advogada. Consultora em Compliance na Prado Advogados Associados. Vice-Presidente da Comissão de Estudos sobre Compliance da OAB/MT, membro do CWC – Compliance Woman Comitte. Certificada em Gerenciamento de Riscos com base na ISO 31000 – Tradius. Certificada em Sistemas de Gestão Antissuborno NBR ISO 37001 e de Compliance ISO 19600 – SAS Certificadora. Pós-Graduada em Direito Processual Civil, (Fundação Escola Superior do MP), em Direito Contratual e Responsabilidade Civil, (EBRADI). Curso de Compliance Anticorrupção pela LEC. Pós-Graduanda em Compliance, LGPD e Prática Trabalhista (IEPREV). Ex-Servidora do MPE (Núcleo do Patrimônio Público e do TJ/MT (Câmara de Direito Público).

Instagram: @laisdebowski_adv
Linkedin: Laís Debowski

A Prado Advogados Associados tem mais de 18 anos de experiência em temas jurídicos relacionados ao Produtor Rural, sempre oferecendo soluções personalizadas. Entre em contato conosco e conheça um pouco mais sobre a nossa atuação.

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